Os contratos futuros de petróleo fecharam sem direção única, nesta sexta-feira, 12, na esteira das previsões pessimistas sobre a recuperação da economia dos Estados Unidos e uma possível segunda onda de covid-19. Ao mesmo tempo, dados mostram melhora no sentimento do consumidor americano. Diante da demanda ainda morna e uma produção ainda alta, os participantes do mercado ficaram mais cautelosos, embora ainda com espaço para ganhos no Brent.

O barril do petróleo WTI para julho fechou em baixa de 0,22%, a US$ 36,26, na New York Mercantile Exchange (Nymex), com queda de 8,32% na semana. O Brent para agosto subiu 0,47%, a US$ 38,73 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), mas ainda apresentou queda de 8,44% na comparação semanal.

O aumento dos estoques de petróleo apontado pelo último relatório semanal do Departamento de Energia dos EUA (DoE) somado à falta de definição da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre cortes da produção, contribuem para o movimento de queda nos preços da commodity, segundo o Commerzbank”.

“Muitas vezes falamos sobre o pronunciado superaquecimento especulativo no mercado de petróleo” lembra Eugen Weinberg, analista do Commerzbank. Segundo ele, na semana até 2 de junho, os investidores institucionais na Nymex aumentaram suas posições longas líquidas no WTI para 394.000 contratos, colocando-os no nível mais alto desde julho de 2018. “Não é de surpreender que o retorno da aversão ao risco, que atingiu os mercados de ações ontem, também tenha levando à realização de lucros no mercado de petróleo”, comenta.

Também repercutiu no mercado de petróleo hoje a notícia de que o Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (JMMC, na sigla em inglês) da Opep+ irá se reunir na próxima quinta-feira, segundo fontes relataram à agência Reuters. O grupo, no entanto, não terá poder de decisão. Também hoje a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA recuou na última semana.

A análise do Julius Baer é um pouco mais positiva. Para o banco suíço, a divergência entre o consumo de gasolina e querosene, traz um conjunto de desafios para as refinarias nos Estados Unidos, pois elas não conseguem atender à demanda crescente da primeira sem sobrecarregar a demanda ainda mais fraca da posterior.”No entanto, vemos isso como um desafio da cadeia de suprimentos, provavelmente resultando em soluços regionais e não como um elemento que inviabiliza a recuperação da demanda global de petróleo”.