Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta terça-feira, 18, sem direção única, próximos da estabilidade, enquanto investidores avaliam os impactos do coronavírus na demanda chinesa. Para analistas, a resistência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) em agir para fazer frente ao surto também tem influenciado as cotações.

O petróleo WTI para abril fechou em queda de 0,06%, a US$ 52,59 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para o mesmo mês avançou 0,14%, a US$ 57,75 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A notícia de que a Apple não vai cumprir as previsões para a receita, no primeiro trimestre de 2020, por conta do surto renovou as preocupações do mercado. Segundo a gigante americana, com a paralisação das fábricas chinesas, a oferta global de iPhones será reduzida.

Nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou o número de casos de coronavírus na China para 72.528, com 1.870 mortes. De acordo com o ING, as restrições nas viagens e o fechamento de fábricas, no país asiático, atingiram a demanda por petróleo.

“Estimamos que o crescimento da demanda tenha corte de 400 mil barris por dia (bpd) em 2020. Isso indicaria que o crescimento da demanda global cairia 800 mil bpd”, projeta o banco suíço, em relatório enviado a clientes.

Do lado da oferta, o Commerzbank explica que os contratos da commodity têm sido afetados pela relutância da Opep+ em promover cortes na produção. Para o banco, a acentuada alta nos preços observadas na semana passada pode fazer com que a Organização decida manter a posição atual.

“Neste caso, o mercado corre o risco de ter um excesso de oferta entre um e 1,5 milhão de bpd no primeiro trimestre de 2020. O excesso totalizaria 500 bpd no segundo trimestre se o coronavírus enfraquecer”, estima o banco, em relatório.