Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta quinta-feira, 6, em baixa, reagindo ao relatório semanal de estoques do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em outubro fechou em baixa de 1,38%, para US$ 67,77 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para novembro caiu 0,99%, para US$ 76,64.

O DoE informou nesta quinta-feira que os estoques de petróleo bruto caíram 4,3 milhões de barris na semana passada e, embora esses dados tenham mostrado recuo maior que o esperado por analistas, o relatório semanal do DoE também mostrou que os estoques de gasolina contrariaram a previsão de queda e subiram, enquanto o volume estocado de destilados mostrou avanço bastante superior às projeções.

“Os fundamentos estão começando a ficar um pouco questionáveis”, disse o vice-presidente sênior de futuros de energia da R.J. O’Brien & Associates, Ric Navy. O documento também mostrou que as exportações de óleo cru dos EUA caíram 271 mil barris por dia na semana passada, para 1,5 milhão de barris por dia.

De acordo com Navy, o relatório desta semana não foi o único fator que pesou nos preços do petróleo, notando que a demanda global também está se tornando uma preocupação maior. “Há mais nuvens no que se refere à economia e as disputas tarifárias também são um fator.”

Alfonso Esparza, analista sênior do grupo de comércio exterior Oanda, afirmou que tarifas adicionais podem prejudicar a demanda por petróleo. “A ameaça de uma nova rodada de tarifas sobre produtos chineses paira sobre o mercado. A China deve retaliar, aumentando a guerra comercial entre as duas maiores economias do globo e reduzindo as previsões de crescimento global.”

A forte queda nos preços também representa uma rápida revisão em relação ao início da semana, quando o petróleo subiu fortemente na terça-feira devido a preocupações com a oferta no curto prazo à medida que a tempestade tropical Gordon, na Costa do Golfo dos EUA, afetou a produção de petróleo e a atividade de refino.

No entanto, a tormenta não conseguiu se transformar em um furacão, mostrando-se muito menos problemática para as operações de refino e petróleo americanas do que muitos investidores temiam.

“Acredito que a principal razão para a queda nos preços desta quinta-feira seja uma correção depois que os contratos apresentaram fortes ganhos à espera do Gordon”, disse Bernadette Johnson, da Drillinginfo. “A tempestade foi precificada, mas depois mudou de rumo e os preços voltaram um pouco aos níveis de antes.” Fonte: Dow Jones Newswires.