O petróleo fechou em queda nesta quinta-feira, 18, corrigindo avanços recentes por conta do choque na produção da commodity nos Estados Unidos com a onda de frio no Golfo do México. Após estenderem os ganhos de da quarta-feira durante a manhã, os contratos futuros de petróleo inverteram o sinal logo antes da divulgação dos estoques de petróleo nos EUA na semana passada pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) americano.

O petróleo WTI para abril fechou em queda de 1,03% (-US$ 0,63), cotado a US$ 60,53 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para igual mês recuou 0,64% (-US$ 0,41), a US$ 63,93 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Nas primeiras horas das negociações de hoje, os contratos mais líquidos da commodity energética subiam sob a repercussão dos impactos da nevasca no Estado do Texas, que afetou a produção nos Estados Unidos.

De acordo com reportagem da Bloomberg, cerca de 40% da produção americana de petróleo foi afetada. Com isso, o petróleo Brent para abril chegou a operar acima de US$ 65 o barril, antes de firmar queda mais tarde.

Apesar de ter limitado as perdas, o recuo nos estoques de petróleo nos EUA muito acima do esperado na semana passada, segundo informou o DoE, não foi suficiente para retornar os contratos futuros da commodity ao território positivo.

Para o Julius Baer, a perspectiva a curto prazo é que os gargalos na produção norte-americana impulsionem o petróleo. Somado à recuperação da demanda pelos setores de lazer e aéreo com a vacinação contra a covid-19, o fato aumentou a possibilidade de os preços atingirem um pico acima de US$ 70 por barril, avalia o banco, em relatório enviado a clientes.

Para o longo prazo, a retomada do mercado de óleo de xisto e a falta de coesão entre nações produtoras de petróleo podem impedir uma alta mais duradoura.

Já o Commerzbank avalia que os ganhos do petróleo mostram uma percepção “seletiva” do mercado. Para o banco alemão, junto à redução na produção, bem menos petróleo cru está sendo processado nos EUA, o que impede um maior “aperto” no mercado da commodity energética.

A instituição também aponta para as sinalizações de que os países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) devem aumentar suas produções diante da retomada nos preços, o que “normalmente causaria uma queda significativa” nos contratos futuros do óleo, completa o banco em relatório.