Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta terça-feira, 22, em baixa, interrompendo uma recuperação recente diante de novas preocupações de que um crescimento econômico mais lento resulte em um menor consumo de combustíveis.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo tipo Brent para entrega em março fechou em queda de 1,98%, para US$ 61,50. Já na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para o mesmo mês recuou 1,91%, para US$ 53,01 por barril. O contrato para fevereiro, por sua vez, venceu hoje e caiu 2,29%, para US$ 52,57 por barril.

Na segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a projeção de crescimento econômico mundial em 2019 de 3,7% para 3,5%. A diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, alertou que “o risco de um declínio mais acentuado na expansão global certamente aumentou”. Os comentários de Lagarde no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ocorrem em um momento no qual a China, segunda maior economia do mundo e maior importadora de óleo cru, registrou o crescimento mais lento em sua economia em 28 anos, ao ver seu Produto Interno Bruto (PIB) avançar 6,6% em 2018.

“Seja o enfoque renovado nas questões da China, as vozes cautelosas de Davos, com o FMI tendo recentemente rebaixado sua projeção global para o PIB de 2019 ao menor nível em três anos, o complicado processo do Brexit ou o fluxo geral ao longo dos últimos anos, há razões claramente suficientes para não se deixar levar pelo último rali dos preços do petróleo”, afirmaram analistas da consultoria JBC Energy.

Até agora, os preços do petróleo registraram ganhos de mais de 10% no acumulado do ano. No entanto, investidores começam a se preocupar com a fraqueza da demanda, refletida, em parte, nos crescentes estoques americanos de gasolina e de outros combustíveis, que podem forçar as refinarias a desacelerar e elevar o volume estocado de petróleo. “As perspectiva de uma nova recuperação do petróleo parecem limitadas pelos sinais de desaceleração do crescimento econômico global”, disseram analistas do Saxo Bank em relatório enviado a clientes.

Já a Seaport Global alerta para uma desaceleração adicional na atividade de poços e plataformas de petróleo nos EUA depois de uma queda dos preços do petróleo no quarto trimestre. “Acreditamos que a contagem de plataformas nos EUA continuará a cair no início deste ano à medida que as empresas esperam para obter melhor clareza sobre o ambiente de commodities”, comentou a consultoria. De acordo com o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) americano, a produção de óleo de xisto nas seis maiores áreas de produção dos EUA deve subir 62 mil barris por dia em fevereiro em relação aos níveis de janeiro. Fonte: Dow Jones Newswires.