O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, 9, estendendo o movimento de correção observado na segunda-feira, após a commodity registrar fortes altas na semana passada. Durante a sessão desta terça, o óleo chegou a se recuperar e inverteu o sinal, mas a alta acabou não se sustentando diante do corte na previsão de crescimento da demanda global pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que ainda informou a maior queda anual já registrada da produção americana do óleo. Diante desse cenário, investidores ficaram à espera de dados de estoque nos EUA, que saem entre esta terça e a quarta-feira, 10.

O petróleo WTI com entrega para abril fechou em queda de 1,60% (-US$ 1,04), cotado a US$ 64,01 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para maio recuou 1,06% (-US$ 0,72), aos US$ 67,52 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A sessão desta terça foi marcada pela volatilidade, com diferentes fatores influenciando os ativos. Enquanto o dólar fraco e a perspectiva de recuperação da economia global – como indicou um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça – deram algum apoio ao petróleo, o movimento de correção após fortes ganhos em sessões recentes prevaleceu.

No noticiário, investidores acompanharam o corte, de 60 mil barris por dia (bpd), na previsão de crescimento da demanda global por petróleo da Administração de Informação de Energia (EIA), órgão ligado ao DoE. Além disso, a instituição informou que a produção média diária da commodity nos EUA sofreu um recuo de 8% em 2020, na comparação com 2019, maior queda já registrada.

Para o chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy, Bjørnar Tonhaugen, “uma direção mais definitiva no preço do óleo deve vir em breve”, com a divulgação do relatório semanal de estoques de petróleo nos EUA, que será publicado na quarta pelo DoE. Ainda nesta terça-feira, após o fechamento dos mercados em Nova York, o American Petroleum Institute (API) divulga sua estimativa.

Alguns analistas ainda cogitam a possibilidade de o mercado estar precificando um possível superaquecimento do mercado de petróleo após o forte avanço recente dos contratos.

O Commerzbank cita, em relatório a clientes, que o provável aumento na produção da commodity em países que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em resposta à extensão dos cortes promovidos pelo cartel, é um dos riscos que apontam para uma distorção nos preços atuais.

*Com informações de Dow Jones Newswires