Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quinta-feira, 9. O mercado ainda reagiu ao dado de ontem que mostrou forte aumento nos estoques dos Estados Unidos. Além disso, há dúvidas entre os investidores se os cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na oferta serão suficientes para impulsionar os preços, diante dos grandes níveis de estoques pelo mundo.

O petróleo WTI para abril fechou em queda de 1,99%, a US$ 49,28 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O contrato fechou abaixo de US$ 50 o barril pela primeira vez desde 7 de dezembro. Já o Brent para maio teve baixa de 1,73%, para 52,19 o barril, na plataforma Ice.

Dois dias de fortes recuos interromperam o período mais calmo para os preços da commodity em mais de dois anos. O barril vinha sendo negociado em uma faixa que oscilava dentro do intervalo de US$ 4 há cerca de três meses, até a quarta-feira. Esse patamar, porém, foi rompido e os recuos se acentuaram nas duas últimas sessões.

Nas últimas semanas, operadores haviam feito apostas em número recorde de que os preços poderiam avançar. Agora, investidores diminuem esse movimento e encerram algumas apostas otimistas por causa do aumento dos estoques na última semana, quando muitos esperavam que isso se interrompesse, disseram operadores e analistas.

Na quarta-feira, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) informou que os estoques dos EUA aumentaram 8,2 milhões de barris, no nono avanço consecutivo, o que levou o estoque comercial do país a um nível recorde nessa leitura semanal. Analistas esperavam alta bem menor, de 1,7 milhão de barris.

A Opep lidera um movimento de países para cortar a produção e impulsionar o mercado. Muitos questionam, porém, se essas nações seguirão com o plano, lembrando que há um histórico de traições em cotas anteriores.

“Quando se olha para um sinal muito visível como os estoques semanais dos EUA e você vê que os estoques estão subindo, então alguns desses participantes do mercado podem começar a perder um pouco da fé na eficácia do freio na produção”, disse Harry Tchilinguirian, diretor de estratégia de commodities do BNP Paribas.

O corretor Scott Shelton, da ICAP PCL, diz que o mercado neste momento “está vulnerável”. Isso tem pressionado o setor de energia nos mercados acionários, o que deve ocorrer ao longo do restante deste mês, segundo Craig Bethune, da Manulife Asset Management. Fonte: Dow Jones Newswires