Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, 23, em mais um dia de temor com o novo tipo de coronavírus que já se espalhou para 9 países, com mais de 600 casos confirmados na China. À medida que as manchetes mostram restrições de viagens e cancelando eventos em algumas cidades, aumenta o temor de que uma epidemia global faça cair a demanda pela commodity.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para março caiu 2,03%, a US$ 55,59 o barril. O contrato do Brent para o mesmo mês recuou 1,85%, a US$ 62,04 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os contratos futuros de petróleo reduziram um pouco a queda no começo da tarde de hoje (em Brasília) após a divulgação do relatório semanal do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) americano, que mostrou queda maior do que esperado dos estoques da commodity bruta na última semana.

Os preços permaneceram em baixa diante das declarações da Organização Mundial da Saúde(OMS) reconhecendo que o número de mortes ligadas ao vírus de Wuhan, que chegou a 18 casos, pode aumentar nos próximos dias. Por outro lado a OMS não decidiu declarar emergência de saúde pública, por ser ainda cedo para tomar essa atitude.

Em relatório enviado a clientes, o ING indica que os riscos de uma demanda negativa para o óleo devido ao vírus de Wuhan “parece ser uma preocupação crescente para o mercado e, de maneira compreensível, com restrições nas viagens que provavelmente pesará na demanda de combustível”. O relatório observa ainda outros problemas no Oriente Médio oferecem riscos no suprimento do petróleo que, em conjunto, superariam “em muito, o impacto sobre a demanda do vírus Wuhan”, como os bloqueios em campos de petróleo na Líbia e no Iraque.

Ainda no cenário internacional, os Estados Unidos anunciaram uma série de sanções contra quatro empresas do setor petroquímico por terem feito negócios com a Companhia Nacional de Petróleo do Irã, violando o bloqueio imposto pelos americanos.