Os contratos futuros de petróleo fecharam em território negativo, nesta segunda-feira, 11. Além de um ajuste após a alta forte da semana passada, a commodity foi pressionada por novas dúvidas sobre a demanda futura, diante da notícia do ressurgimento dos casos de coronavírus na Coreia do Sul e da China, o que pode complicar a tarefa de reabrir as economias.

O petróleo WTI para julho fechou em queda de 4,17%, em US$ 25,08 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 4,42%, a US$ 29,60 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), perdendo portanto a marca de US$ 30 o barril.

A Coreia do Sul e a China reportaram novos casos de coronavírus, o que reforçou o medo entre investidores de uma segunda onda de infecções, com consequências obviamente negativas para a atividade global e, consequentemente, para a demanda por petróleo. Em entrevista coletiva, a Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu que o processo de reabertura será “complexo” e “difícil” e disse que é preciso haver a possibilidade de novas restrições à circulação, caso a doença volte a se disseminar, ameaçando novamente provocar um colapso no sistema de saúde dos países.

Com as dúvidas sobre a atividade futura, ficou em segundo plano a notícia da agência estatal de que a Arábia Saudita orientou a Saudi Aramco a fazer um corte na produção de petróleo de 1 milhão de barris por dia em junho, além do já comprometido no âmbito do acordo do grupo Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

A Capital Economics projeta que a produção da commodity recue ao menor nível em cinco anos, o que deve apoiar o preço do barril mais adiante. O Commerzbank, por sua vez, afirma em relatório que houve recentemente um sentimento positivo no mercado, que apoiou os preços, com expectativa de recuo na produção, porém menciona também que “mesmo na Ásia a demanda continua fraca”, no quadro atual.