Os contratos futuros de petróleo encerraram os negócios desta quinta-feira em queda, em dia de cautela no mercado internacional após os Estados Unidos informarem a primeira alta nos pedidos de auxílio-desemprego em quatro meses. A notícia lançou dúvidas quanto ao processo de recuperação econômica após a crise do coronavírus e, consequentemente, pressionou as expectativas em torno da demanda pela commodity.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para setembro fechou em queda de 1,98%, a US$ 41,07 o barril. Na Internacional Exchange (ICE), o Brent para o mesmo mês encerrou com perda de 2,21%, a US$ 43,31 o barril.

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O petróleo acelerou as perdas pouco antes do fechamento, acompanhando o mercado acionário em Nova York, que piorou após relatos de que a Apple pode ser processada por práticas comerciais “enganosas” e depois de a Câmara dos Representantes dos EUA anunciar audiências sobre investigações antitruste contra gigantes tecnológicas.

Desde cedo, porém, o clima nos mercados já era de cautela. O Departamento do Comércio americano informou que os pedidos de auxílio desemprego subiram 109 mil na semana, a 1,416 milhão. Foi a primeira alta em quase quatro meses, o que impulsionou a incerteza sobre a retomada da economia.

“O fato de termos tido um ressurgimento dos casos da covid-19 em vários estados dos EUA não ajuda a recuperação da demanda por petróleo, com alguns estados reforçando as restrições mais uma vez”, comentam estrategistas de commodities do banco holandês ING.

Também continuam no radar as tensões entre Washington e Pequim. Em discurso que será feito no final desta tarde, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, deve criticar o Partido Comunista Chinês.

Em relatório publicado hoje, a Capital Economics alerta para o risco de uma nova guerra de preços na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) à medida que a demanda pela commodity aumentar. “A Arábia Saudita ficou cada vez mais frustrada com o fracasso de outros produtores em cumprir os cortes na produção de petróleo da Opep+”, diz a consultoria. Por enquanto, pelo menos, a Capital acredita que o atual acordo de corte na oferta deva permanecer intacto.