Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta sexta-feira, 10, em queda. A decepção de investidores com os números de dezembro do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, fez com que investidores reduzissem seu otimismo em relação à economia americana, gerando um clima majoritário de aversão a risco que pressionou a commodity energética. A perda semanal do contrato do WTI foi a maior desde julho.

Assim, na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para fevereiro fechou em queda de 0,87% (-US$ 0,52), a US$ 59,04 o barril, com recuo de 6,36% na semana, maior perda semanal desde julho. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março caiu 0,60% (-US$ 0,39), a US$ 64,98 o barril, perda de 5,27% na comparação semanal.

Os mercados internacionais se decepcionaram com os números de dezembro do “payroll” americano. Os EUA criaram 145 mil novos postos de trabalho no mês passado, o que ficou abaixo da mediana das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 159,5 mil vagas.

O “sinal amarelo” em relação à performance da economia americana ofereceu um ambiente de aversão a risco nos mercados internacionais, pressionando ativos como a commodity energética, cuja demanda está vinculada ao crescimento econômico.

As tensões no Oriente Médio, contudo, ainda seguem no radar, na medida em que as tensões envolvendo os Estados Unidos e o Irã podem oferecer riscos à oferta mundial de petróleo. Hoje, os americanos detalharam sanções contra o país persa, mas o fato não foi suficiente para fortalecer as cotações do óleo.

Para o JPMorgan, a crise EUA-Irã é um lembrete em relação à natureza incerta da geopolítica mundial, que pode causar choques no petróleo, como visto nos últimos pregões.

“Por enquanto, no entanto, a situação parece ter se acalmado, já que os dois lados indicaram uma trégua condicional”, diz a instituição, em nota. “Embora não seja provável que oscilações de curto prazo afetem a atividade global, uma mudança sustentada nos preços do petróleo pode afetar a inflação e o crescimento da economia mundial”, dizem os analistas do JPMorgan.