O petróleo fechou o pregão em queda nesta sexta-feira, 23, pressionado pela notícia de que a Líbia vai aumentar a produção da commodity e também após um crescimento dos poços em atividade nos Estados Unidos. Além disso, o impasse em Washington sobre uma nova rodada de estímulos à economia ainda não foi resolvido e as negociações entre republicanos e democratas continuam.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para dezembro caiu 1,94%, a US$ 39,85, com perda de 2,52% na semana. Na Intercontinental Exchange (ICE), o contrato do Brent para o mesmo mês recuou 1,63%, a US$ 41,77 o barril, com baixa semanal de 2,70%.

“Acreditamos que os riscos de baixa predominam”, diz o chefe de Pesquisa em Commodity do Commerzbank, Eugen Weinberg, sobre o mercado de petróleo. “Há pouco apoio do lado da demanda, tendo em vista o número extremamente alto de novos casos de covid-19”, acrescenta o profissional.

Além de preocupações com a demanda, o que pressionou a commodity energética hoje foram as perspectivas de aumento da oferta. A National Oil Corporation (NOC), estatal de petróleo da Líbia, informou que há instruções para uma retomada da produção de parte de suas operações, nos campos de Al-Waha e Al-Haruj. De acordo com a companhia, essa produção deve atingir 800 mil barris por dia em duas semanas e 1 milhão de bpd em um mês.

Nos EUA, a Baker Hughes, uma empresa que atua no setor de energia, informou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade no país subiu de 205 para 211 na última semana.

Em Washington, a falta de acordo por um pacote fiscal também gera cautela, a dez dias das eleições de 3 de novembro. Hoje, a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, voltou a demonstrar otimismo. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, por outro lado, frisou que ainda há “diferenças significativas” entre os dois lados.

“Nenhum estímulo prejudica seriamente o petróleo”, diz o analista Bob Yawger, da Mizuho. “O fracasso em fechar um negócio deixa os mercados em uma posição vulnerável.” (COM INFORMAÇÕES DA DOW JONES NEWSWIRES)