Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira, 13, apesar dos dados de produção nos Estados Unidos terem surpreendido o mercado com queda nos estoques. Um relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo com uma estimativa maior para a contração na demanda pelo óleo neste ano, somado a falas do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, sobre uma possível crise de solvência nos Estados Unidos, pesou nos preços da commodity.

O petróleo WTI para julho fechou em queda 2,47%, a US$ 25,68 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 2,64%, a US$ 29,19 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) previu que a pior contração nos principais centros de demanda de petróleo no mundo, devido a pandemia de covid-19, vai ocorrer no segundo trimestre do ano. O grupo, no entanto, também acentuou sua projeção para a queda da demanda no ano inteiro.

Ainda no cenário internacional, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, disse que vai demorar ao menos um ano, ou talvez vários anos, para que a demanda por petróleo se recupere para níveis anteriores ao impacto econômico do coronavírus.

A queda nos estoques de petróleo americano, na semana passada, surpreendeu o mercado hoje, com o relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

Os contratos futuros chegaram a reverter a tendência de baixa, mas a “boa notícia” não foi suficiente pra manter a alta nos preços, diante do choque de demanda persistente e incertezas em torno de uma nova onda de covid-19 com a reabertura das economias. Declarações de Powell, de que a recuperação econômica pode demorar e levar a problemas de liquidez e crises de solvência, também impulsionaram a cautela.

A Capital Economics avalia que, “embora o relatório mais recente do DoE tenha dado sinais tranquilizadores de que as preocupações com o armazenamento de petróleo nos EUA estão diminuindo, não há como escapar do fato de que as perspectivas de demanda por petróleo permanecem sombrias no curto prazo”.