Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte queda nesta segunda-feira, 27, com o WTI mais líquido desabando quase 25%, em meio aos persistentes temores quanto aos impactos do coronavírus na demanda global, que sobrecarregam os espaços para o armazenamento da commodity energética.

O petróleo WTI para junho despencou 24,56%, a US$ 12,78, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para julho encerrou em baixa de 7,01%, a US$ 23,07, na Intercontinental Exchange (Ice).

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Após três sessões consecutivas em alta, recuperando-se do colapso registrado no início da semana passada, as cotações voltaram a ficar sob pressão nesta segunda-feira, na contramão de outros mercados de risco, como os acionários.

Analistas atribuem o movimento aos efeitos da covid-19 no consumo de petróleo.

Segundo a vice-presidente encarregada de pesquisa macro em petróleo da Wood Mackenzie, Ann-Louise Hittle, a demanda recuou entre 15 e 18 milhões de barris por dia em parte de abril, quando quarentenas já estavam em vigor em boa parte do mundo. “É um número grande, mas pode ser maior ainda em alguns dias ou semanas”, ressalta.

O Wells Fargo resume o quadro difícil no setor: “Enquanto há uma explicação para a situação atual – não há capacidade de armazenamento suficiente para todo o petróleo – as implicações são igualmente sombrias: o mundo ainda está produzindo muito mais petróleo do que está usando.”

Na próxima sexta-feira, entram em vigor os termos acordados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para cortes na produção, como forma de equilibrar os fundamentos do mercado. No entanto, conforme ressaltado pelo ING, alguns países devem antecipar as reduções. “Embora adiantar cortes de alguns de produtores seja útil, ele terá pouco impacto no balanço de petróleo no curto prazo”, avalia o banco.