O petróleo fechou em forte queda nesta quarta-feira, 10, com os contratos sob pressão da alta do dólar no exterior, após a inflação ao consumidor dos EUA subir além do esperado em outubro. O aumento nos estoques americanos da commodity energética na semana passada acentuou a trajetória de baixa nos contratos ao longo da sessão desta quarta.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para dezembro recuou 3,34% (-US$ 2,81) na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 81,34, enquanto o do Brent para janeiro caiu 2,52% (-US$ 2,14) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 82,64.

O dólar teve um dia de fortes ganhos no mercado cambial nesta quarta-feira, uma vez que o avanço do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) além do esperado aumenta as especulações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode antecipar a normalização de sua política monetária. Por ser cotado na divisa americana, a demanda por petróleo tende a diminuir com a alta do dólar, já que ele mais caro a detentores de outras moedas.

Outro dado acompanhado pelo mercado hoje foi a divulgação dos estoques de petróleo dos EUA, que subiram cerca de 1 milhão de barris na semana passada. Houve ainda queda além do esperado nos estoques de gasolina e destilados.

Mesmo tendo acumulado sua segunda semana seguida em alta, “o quadro geral mostra que os estoques americanos continuam baixos em relação aos padrões anteriores”, razão pela qual a Capital Economics espera que os preços do petróleo se mantenham “razoavelmente bem” até o final de 2021, segundo avalia a consultoria em relatório enviado a clientes.

De acordo com a casa, o fator chave que explica as altas recentes nos estoques é a liberação de 3,2 milhões de barris da reserva estratégica do óleo dos EUA. A Capital destaca que há especulação entre operadores de que o governo Biden fará novas vendas de suas reservas para tentar esfriar os altos preços da commodity.