Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta segunda-feira, 20. A commodity foi penalizada pelo clima de cautela geral nos mercados, com as dúvidas sobre a situação da incorporadora Evergrande. Além disso, o dólar se fortaleceu na sessão, o que também tende a pressionar o óleo.

O petróleo WTI para novembro fechou em baixa de 2,34% (US$ 1,68), em US$ 70,14 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 1,88% (US$ 1,42), para US$ 73,92 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os problemas com a Evergrande geram dúvidas em investidores e analistas sobre potenciais impactos mais amplos para o setor imobiliário chinês ou mesmo para além dele. Em geral, os analistas têm apontado que o episódio não deve gerar uma crise como a do Lehman Brothers, mas alguns também destacam certa perda de fôlego recente na economia chinesa.

Sobre o petróleo, a TD Securities vê a cautela de investidores pesando sobre os preços. Para ela, porém, os riscos para a oferta continuam a aumentar, em quadro de crescente mobilidade global. A TD Securities cita em relatório problemas recente na oferta da Líbia e também dúvidas sobre se alguns integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) conseguirão cumprir cotas maiores previstas no acordo para retomada gradual da oferta. Nesse quadro, ela afirma que o risco de alta para os mercados de energia se concentra do lado da oferta.

Hoje, a Rystad Energy afirma que o petróleo recuou diante da aversão ao risco, do dólar forte e também do gradual retorno da oferta dos Estados Unidos, com mais plataformas voltando a operar no Golfo do México após os problemas gerados pela passagem do furacão Ida. O Commerzbank, por sua vez, destaca essa retomada da produção americana na região, mas aponta que há uma quantidade de petróleo considerável que deixou de ser produzida até a normalização no quadro, o que leva a um aperto de curto prazo da oferta.