Os contratos futuros de petróleo oscilaram durante o dia, mas terminaram em alta, recuperando parte das perdas recentes. A cautela com o coronavírus e seus impactos na economia continua no radar dos investidores, mas nesta terça-feira, 28, houve espaço para alta, mesmo em dia de dólar forte, em meio a relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode estender cortes na produção ao menos até junho.

O petróleo WTI para março fechou em alta de 0,64%, a US$ 53,48 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para abril teve ganho de 0,39%, a US$ 58,81 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Mais cedo, o petróleo oscilou perto da estabilidade, mas durante a manhã chegou a cair pela sexta sessão consecutiva, diante da cautela com o coronavírus e seus possíveis impactos na economia global.

No câmbio, o dólar mais forte ante outras moedas principais também tende a reduzir o apetite dos investidores, já que nesse caso a commodity fica mais cara para os detentores de outras divisas.

Mais adiante no pregão, ainda assim o petróleo se fortaleceu e passou ao território positivo. No noticiário, a Reuters informou a partir de fontes da Opep que o cartel poderia estender os atuais cortes na produção ao menos até junho, se o surto de coronavírus atingir a demanda da China de modo significativo. Pelo acordo fechado em dezembro, as restrições à produção estão previstas até março. Ou seja, esse eventual acordo poderia se traduzir em menos petróleo no mercado por mais tempo, o que tende a apoiar o preço.

No noticiário, havia ainda expectativa dos investidores pela divulgação do relatório semanal de estoques de petróleo nos Estados Unidos divulgado pelo American Petroleum Institute (API), às 18h30 (de Brasília), depois do fechamento portanto. O dado oficial do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) será divulgado nesta quarta-feira.

Em avaliação sobre os potenciais impactos do coronavírus, o Julius Baer diz que mantém uma “visão neutra” sobre as commodities em geral, sem esperar que os preços mudem da faixa atual por causa desse surto. O banco afirma que a queda recente foi fruto de um menor apetite por risco nos últimos pregões, mas aponta que os efeitos podem ser transitórios e o petróleo pode voltar a ganhar força no futuro próximo, o que justifica a postura “neutra” para o óleo.