Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta pelo oitavo pregão seguido, com impulso de números abaixo do esperado por especialistas para os estoques nos Estados Unidos na última semana. Além disso, as constantes sinalizações de cortes na produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) seguem apoiando a retomada dos preços.

O petróleo WTI para março encerrou a sessão com ganho de 0,55%, a US$ 58,68 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para abril avançou 0,62%, a US$ 61,47 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

“Assim, os preços do petróleo já subiram mais de 60% desde o início de novembro, revertendo completamente todas as perdas que sofreram desde a disputa dentro da Opep+ e a pandemia da covid-19”, aponta o Commerzbank, em referência ao momento em 2020 em que a commodity chegou ao seu menor valor em cinco meses, com disputas no cartel e as restrições pela doença.

O American Petroleum Institute (API) estimou na terça-feira que o volume de óleo bruto nos EUA sofreu nova queda na semana passada, de 3,5 milhões de barris. Nesta quarta, foi a vez do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA divulgar que os estoques tiveram recuo de 6,645 milhões de barris, contrariando previsão de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que esperavam alta de 100 mil barris.

Nesta quarta-feira, o ministro do Petróleo do Iraque, Ihsan Abdul Jabbar Ismail, afirmou que não espera que a Opep+ faça quaisquer alterações em sua estratégia de produção na próxima reunião do grupo. “Uma estratégia bem coordenada e implementada de cortes voluntários de produção por parte da Opep+ é a principal responsável pelo justificado otimismo do lado da oferta”, avalia o Commerzbank.

Um dos temores do mercado pela possibilidade de aumento da oferta é um novo acordo entre Irã e EUA. No entanto, os últimos dias vêm sendo marcados pela animosidade de ambos os lados, e nesta quarta, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o país persa começou a produzir urânio, material que pode ser usado para formar o núcleo de armas nucleares.

Pela demanda, o Commerzbank aponta que a China vem mantendo uma procura “persistentemente robusta”. Segundo o banco alemão, o país “há muito superou a pandemia e suas consequências; sua economia está tendo um crescimento dinâmico contínuo e as vendas de carros vêm subindo a taxas de dois dígitos há meses”.