Os contratos futuros de petróleo fecharam no positivo nesta segunda-feira, 29. A perspectiva de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e de retomada dos diálogos entre Estados Unidos e China, ambos nesta semana, beneficiaram os preços da commodity na sessão de hoje.

O petróleo WTI para entrega em setembro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) fechou em alta de 1,20%, a US$ 56,87 o barril, enquanto o petróleo Brent para o mesmo mês negociado na Intercontinental Exchange (ICE) avançou 0,39% para US$ 63,71 o barril.

No início de uma semana com agenda atribulada de eventos, indicadores e decisões de política monetária, as expectativas de progresso nas negociações presenciais entre Washington e Pequim, que ocorrerão a partir de amanhã em Xangai, beneficiaram a commodity. “Embora os dados continuem a apontar uma desaceleração econômica global, a nova rodada de negociações entre EUA e China impulsionou os preços do petróleo”, avaliam analistas do Credit Suisse.

Além disso, o mercado espera que o Fed anuncie na quarta-feira uma redução de pelo menos 25 pontos-base na taxa de juros dos EUA. A política de maior acomodação monetária estimula a atividade econômica e tende a enfraquecer o dólar, incentivando a procura por ativos cotados na moeda americana, como o petróleo.

Para o Credit Suisse, alguns fatores relacionados à oferta também favoreceram a commodity energética, como a acentuada queda nos estoques americanos, o quadro de tensões entre Reino Unido e Irã devido à apreensão de um petroleiro britânico pelo país persa e o impacto negativo dos apagões sobre a produção venezuelana.

Em contrapartida, a produção da Rússia vem se fortalecendo e há discussões entre Arábia Saudita e Kuwait para retomar as atividades produtivas na zona neutra entre os dois países, destacam os especialistas.

Por outro lado, o Commerzbank sugere que alguns agentes do mercado continuam preocupados com a perspectiva para a demanda, o que levou os preços do petróleo a recuarem no início da sessão de hoje, embora a leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA divulgada na sexta-feira tenha registrado expansão mais forte que o esperado no último trimestre. “Acreditamos que esta fraqueza dos preços observada hoje seja exagerada, e vemos pouco risco negativo para o petróleo”, afirma o analista Carsten Fritsch.