Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, 22, após várias oscilações de preço, com o contrato mais líquido do WTI fechando acima de US$ 40 pela primeira vez desde o início de março. Os participantes do mercado respondiam ao sabor das notícias sobre casos de covid-19, de olho no processo de reabertura de economias ao redor do mundo, mas temerosos de uma segunda onda de infecções.

O barril do petróleo WTI para agosto, o mais líquido, fechou em alta de 2,26%, a US$ 40,73, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O contrato para julho do WTI, que venceu hoje, fechou em alta de 1,79%, a US$ 40,46 o barril. Já o Brent para agosto subiu 2,11%, a US$ 43,08 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Em sessão volátil, os contratos apresentaram baixa moderada pela manhã, revertendo tendência de valorização da madrugada, em meio a temores gerados pela disseminação do coronavírus pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Preocupações cresceram em especial em relação aos EUA, onde a doença voltou a ganhar força com o processo de reabertura da economia local. E na Coreia do Sul foi reportada uma segunda onda viral, no fim de semana.

Os participantes do mercado acabaram dando mais peso à reabertura da economia, após a quarentena, e à elevadíssima liquidez do sistema financeiro, “especialmente porque o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, já havia sinalizado mais estímulos fiscais durante testemunho virtual perante o Congresso dos EUA na semana passada”, alertou o Commerzbank em relatório a clientes. Hoje, o presidente americano, Donald Trump, disse que seu governo deve apresentar novo projeto de pacote de estímulos nas próximas semanas.

Para Eugen Weinberg, analista do banco alemão, os participantes do mercado mantêm o foco na nos cortes de produção por exportadores. “A boa disciplina de produção Opep+, aliada a uma redução involuntária maciça da produção nos EUA, além da rápida recuperação da demanda fizeram com que os excedentes de oferta fossem corroídos significativamente mais rápido do que o previsto”, afirma ele.

No médio prazo, no entanto, é provável que o setor de óleo de xisto dos EUA continue sendo o fator que pode “desequilibrar a balança” e ditará o desempenho dos preços do petróleo no médio prazo, alerta. (Com informações da Dow Jones Newswires)