Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, 4, dia marcado pela volatilidade, com relatos de impasses entre integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) no foco. Apesar do acordo entre Rússia e Arábia Saudita – cuja rivalidade foi a principal causadora da queda nos preços com uma guerra de ofertas -, a aparente falta de consenso no cartel para a extensão dos cortes atuais na produção trouxe instabilidade, com dúvidas sobre quando será a reunião do grupo.

O petróleo WTI para julho fechou em alta de 0,32%, a US$ 37,41 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para agosto subiu 0,50%, a US$ 39,99 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os contratos ganharam fôlego apenas próximo ao horário de fechamento, depois de oscilarem entre perdas e ganhos com os participantes do marcado reagindo à medida que chegavam notícias sobre a reunião técnica da Opep+. Há relatos divergentes, mas alguns deles diziam que essa reunião técnica poderia ocorrer apenas no dia 17, com o encontro de ministros no dia seguinte.

Houve ainda reportagens segundo as quais o Iraque apenas poderia atingir sua meta de produção no fim de julho, enquanto Rússia e Arábia Saudita acusavam Bagdá de supostamente “trapacear” no acordo. Embora Moscou e Riad já tenham concordado em estender os cortes por mais um mês, só o farão se todos os países que são membros do grupo implementarem integralmente o prometido.

O Commerzbank apontou a oscilação de preços diante das questões internas da Opep. “O rigoroso cumprimento da produção pela Opep+ e uma rápida recuperação da demanda – não parecem mais se aplicar”, alertava. “A Nigéria e o Iraque, em particular, ainda não implementaram nem metade dos cortes prometidos”.

O banco também afirma que, apesar do otimismo com a queda da produção de petróleo nos EUA impulsionar os preços, ainda existem preocupações do lado da demanda. “Os estoques de destilados (especialmente o diesel) aumentaram quase 10 milhões de barris segundo último relatório semanal do Departamento de Energia dos EUA para 174,3 milhões de barris, e estão apenas 1% abaixo do recorde que atingiram em setembro de 2010”, adverte.

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