Os contratos futuros de petróleo fecharam com ganhos nesta segunda, 27, em sessão volátil. A commodity recuou no início do dia, com investidores mais atentos às tensões recentes entre Estados Unidos e China, bem como à disseminação da covid-19. Mais adiante, contudo, o dólar fraco e a perspectiva de estímulos econômicos nos Estados Unidos apoiaram o quadro.

O petróleo WTI para setembro fechou em alta de 0,75%, em US$ 41,60 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para outubro, contrato mais líquido, subiu 0,27%, a US$ 43,90 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

No início do dia, a Sucden Financial comentou em relatório que as tensões entre as potências pesavam. Os EUA confirmaram o fechamento do consulado americano em Chengdu, após o consulado chinês em Houston ter sido fechado. Há o temor de que divergências e trocas de acusações acabem por pesar no comércio global e, consequentemente, na demanda por petróleo. Além disso, a covid-19 é outro grande elemento de incerteza para a demanda.

Hoje, porém, o petróleo encontrou motivos para ganhar força. Além das negociações por mais estímulo nos EUA, no câmbio o dólar mais fraco ante outras moedas principais torna o petróleo mais barato para os detentores destas divisas, apoiando o apetite pelos contratos. Em Washington, autoridades discutiam um novo pacote de estímulos. “Estamos dando assistência à economia, não há dúvida disso”, afirmou hoje o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, ao comentar a perspectiva de mais medidas em breve.

A Capital Economics comenta em relatório que o consumo de petróleo foi “atingido de modo particularmente duro por medidas para conter o vírus, como proibição de viagens e o trabalho em casa”. A consultoria diz que continua “cautelosa sobre a perspectiva para a demanda”, mesmo com a retomada gradual da atividade, afirmando que algumas modalidades de demanda – “especialmente viagens de negócios e trajetos para o trabalho” – podem levar algum tempo até retomar os níveis anteriores ao vírus, “se chegarem a isso”.