Após uma sessão volátil, o petróleo fechou com ganhos nesta quarta-feira, 22, em um movimento de recuperação após quedas históricas nos últimos dois dias. Um possível aprofundamento do corte na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e uma ameaça do presidente americano, Donald Trump, ao Irã foram fatores decisivos para a commodity se firmar em alta.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho subiu 19,10%, a US$ 13,78. Na Internacional Exchange (ICE), o petróleo Brent para o mesmo mês encerrou a sessão com ganho de 5,38%, a US$ 20,37 o barril.

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A commodity energética encontrou espaço para recuperação nesta quarta, após o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, dizer que o corte na produção da Opep+ deve ser de 15 milhões a 20 milhões de barris por dia a partir de maio. Na semana passada, o cartel chegou a um acordo para redução de 9,7 milhões de barris por dia na oferta.

Além disso, uma ameaça de Donald Trump a embarcações do Irã impulsionou os contratos de petróleo, já que uma instabilidade no Oriente Médio pode reduzir a oferta.

O governo norte-americano estuda, também, um pacote de estímulos às petroleiras. Os ganhos, no entanto, foram reduzidos após a divulgação dos estoques de petróleo nos EUA, que subiram 15,022 milhões de barris na semana encerrada no dia 17, segundo o Departamento de Energia.

“O petróleo permanece no centro do palco com volatilidade ainda extrema”, avaliam analistas do banco Brown Brothers Harriman (BBH). Para o Commerzbank, a volatilidade no mercado de energia tende a continuar. Segundo o banco alemão, a ICE avalia a possibilidade de preços negativos para os contratos do Brent, após o WTI para maio ter sido negociado abaixo de US$ 0 pela primeira vez na História.

O banco holandês ING, no entanto, vê o movimento como improvável, já que o Brent não sofre as mesmas restrições de armazenamento que o WTI. Na segunda-feira, a liquidação do contrato para maio do WTI ocorreu porque os investidores quiseram evitar a entrega física do produto, em meio a relatos de que a capacidade de armazenamento de petróleo nos EUA estaria perto de se esgotar, devido à queda na demanda gerada pela pandemia de coronavírus.