Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta, 19, renovando máximas em sete anos, em mais uma sessão marcada por intensas preocupações com a oferta. Uma explosão no principal oleoduto que liga Iraque e Turquia aumentou os temores, enquanto tensões envolvendo outros produtores, como a Rússia, seguem no radar. Pelo lado da demanda, a Agência Internacional de Energia (AIE) previu hoje que a busca pela commodity irá superar níveis pré-pandemia neste ano. Um recuo do dólar ante pares deu ainda mais impulso ao óleo, cotado na moeda americana.

O petróleo Brent para março subiu 1,06% (US$ 0,93), a US$ 88,44 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI com entrega prevista para o mesmo mês subiu 1,14% (US$ 0,97), a US$ 85,80 o barril.

O avanço de hoje foi em grande parte desencadeado pela notícia da explosão em um oleoduto que transporta até 450 mil barris por dia dos campos de petróleo no norte do Iraque para o porto mediterrâneo de Ceyhan, na Turquia, aponta o Commerzbank, que lembra que não está claro o que causou a explosão. Segundo a Reuters, o fluxo foi retomado hoje após a interrupção.

A Rystad Energy atribui o avanço recente da commodity aos desequilíbrios entre oferta e demanda, com inesperados cortes de produção em países como Líbia, Equador e Casaquistão. “O impasse geopolítico entre os EUA e a Rússia corre o risco de provocar uma guerra de gás e estimularia a demanda incremental por petróleo”, explica a consultoria, que cita ainda as dificuldades nas negociações sobre o acordo nuclear com o Irã.

Em relatório mensal publicado hoje, a AIE elevou sua previsão de alta para o consumo mundial de petróleo em 2022 em 200 mil barris por dia (bpd), a 3,3 milhões e bpd. Para 2021, a entidade com sede em Paris também elevou sua estimativa de avanço na demanda em 200 mil bpd, a 5,5 milhões de bpd.

O mercado mais apertado levou a Capital Economics a elevar suas expectativas para o Brent ao final do ano, que agora deve terminar em US$ 70 o barril e não mais US$ 60, como na projeção anterior. “Continuamos esperando que os preços da energia caiam este ano, mas os últimos desenvolvimentos sobre a oferta sugerem que eles não cairão tanto quanto pensávamos anteriormente”, aponta.