O petróleo fechou o pregão desta terça-feira em alta, em um movimento de recuperação nos preços, após o recuo de mais de 4% no pregão anterior, quando foi pressionado pela aversão a risco e o fortalecimento do dólar.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para novembro subiu 0,66%, a US$ 39,80 o barril. O Brent para o mesmo mês avançou 0,68%, a US$ 41,72 o barril, na International Exchange (ICE).

Apesar de o dólar ainda ter operado em alta contra as principais divisas hoje, a commodity energética encontrou espaço para uma leve recuperação nos preços, apoiada por uma melhora no sentimento que levou o mercado acionário a subir em Nova York.

Analista de energia do Commerzbank, Barbara Lambrecht comenta que o retorno das exportações de petróleo da Líbia, outro fator que pressionou a commodity ontem, forçará a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, grupo conhecido como Opep+, a tomar medidas para compensar a oferta adicional com cortes correspondestes. “Até o momento, o mercado de petróleo parece convencido de que o cartel está disposto e em condições de agir”, avalia a profissional do banco alemão.

“O caminho para uma nova normalidade no mercado de petróleo tornou-se mais acidentado, mas ainda vemos a demanda superando a oferta na margem e o excedente lentamente desaparecendo”, afirma o economista Norbert Rücker, do banco suíço Julius Baer.

O Bank of America, por sua vez, vê o preço do Brent em US$ 47,00 o barril no quarto trimestre de 2020, mas alerta que uma segunda onda “grande” de covid-19 é um risco negativo. Com a Europa enfrentando um aumento nos novos casos da doença, a cautela no mercado permanece.

Às 17h30 (de Brasília), serão divulgadas as estimativas do American Petroleum Institute (API) para os estoques da commodity energética nos Estados Unidos na semana passada. Nesta quarta-feira, 23, o Departamento de Energia americano divulga os dados oficiais.