Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, 3, em dia de volatilidade, revertendo o movimento de queda provocado pela notícia de que a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode não ocorrer na quinta-feira, 4. A virada aconteceu após a divulgação da queda nos estoques da commodity nos EUA na semana passada. Dados do relatório de empregos do setor privado americano, apontando uma perda de vagas menor que o esperado, também ajudou a impulsionar os preços da commodity.

O petróleo WTI para julho fechou em alta de 1,30%, a US$ 37,29 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para agosto subiu 0,56%, a US$ 39,79 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A sessão desta quarta no mercado de petróleo foi marcada por altos e baixos, sendo a Opep+ a protagonista da volatilidade. Com expectativas de prolongamento de cortes na produção, que levou à robustos ganhos no dia anterior, investidores receberam como balde de água fria as a informação de possível cancelamento da reunião prevista para amanhã. Isso porque Rússia e Arábia Saudita estariam insatisfeitas com a postura de Iraque e Nigéria no acordo de cortes de produção.

Mas as perdas começaram a ser reduzidas com a divulgação do relatório da ADP sobre o mercado de trabalho dos EUA, que mostrou fechamento de vagas bem menor do que se previa no setor privado em maio. Os contratos voltaram ao positivo e acabaram se firmando por lá quando o Departamento de Energia dos EUA (DoE, na sigla em inglês)informou que houve queda nos estoques de petróleo no país na semana anterior.

O Commerzbank destaca a elevação do Brent, que chegou a bater US$ 40,53 “impulsionado pelo apetite de alto risco e dados econômicos surpreendentemente positivos da China, recentemente”. Isso não acontecia desde o início de março, antes de um fracasso nas negociações da Opep+ levar a uma queda nos preços.

Segundo Carsten Fritsch, analista do banco alemão, mesmo que os cortes não se prolonguem por 3 meses como quer a Arábia Saudita, e fiquem por mais um mês como prefere a Rússia, “os cortes ainda seriam de 7,7 milhões de barris por dia depois”.