Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, 5, após o Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos reportar robusta queda nos estoques da commodity na semana passada. Indicadores econômicos positivos elevaram o otimismo quanto a recuperação da demanda e também impulsionaram as cotações.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo tipo WTI com entrega para setembro encerrou em alta de 1,18%, a US$ 42,19. Já o Brent para outubro avançou 1,67%, a US$ 45,17 na Intercontinental Exchange (ICE).

O DoE informou hoje que os estoques de petróleo no país recuaram 7,3 milhões de barris na semana encerrada em 31 de julho, a 518,5 milhões. A queda foi bem maior que a esperada por analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam diminuição de 1,8 milhões de barris. A produção média diária também caiu, de 11,1 milhões para 11 milhões de barris.

O Citi aponta para a contínua “normalização” da situação dos estoques nos EUA. “No entanto, uma ressurgência da covid-19 coloca uma sombra sobre a retomada da demanda, enquanto as compras da China diminuem”, destaca o banco.

As incertezas sobre o consumo, contudo, arrefeceram nas últimas semanas, de acordo com o Commerzbank, que cita dados consistentes com a análise de recuperação da economia. Nos Estados Unidos, pesquisa da ADP mostrou que o setor privado criou 167 mil empregos em julho, bem menos que a expectativa do mercado, de geração de 1 milhão de postos de trabalho. No entanto, a drástica revisão dos números de julho surpreendeu: passou de 2,3 milhões para 4,3 milhões.

Índices de gerentes de compras (PMIs) divulgados hoje pela IHS Markit também sugerem expansão da atividade. Na zona do euro, no Reino Unido, na Alemanha e nos EUA, os índices compostos, que englobam indústria e serviços, vieram acima de 50.

“Embora os temores sobre enfraquecimento da demanda estejam começando a recuar, acreditamos que o otimismo no mercado de petróleo é excessivo”, alerta o Commerzbank, citando a expansão na produção entre os integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), após o fim do acordo que prevê cortes na oferta.