Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, observando as possíveis tratativas da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A informação de que alguns importantes integrantes do grupo teriam interesse em manter a produção inalterada em abril, contrariando a percepção entre analistas de que haverá redução de cortes, impulsionou os preços da commodity. Nos Estados Unidos, a publicação dos dados sobre estoques semanais mostraram grandes variações, repercutindo os impactos das condições climáticas no sul do país.

O petróleo WTI para abril fechou em alta de 2,56% (+US$ 1,53), cotado a US$ 61,28 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para maio subiu 2,19% (+US$ 1,37), a US$ 64,07 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A reunião da Opep+, que ocorre nesta quinta-feira, 4, seguiu sendo alvo de atenção no mercado de petróleo. Segundo a Reuters, alguns dos principais integrantes do cartel sugeriram manter a produção inalterada em abril, de acordo com três fontes da própria Opep+.

O cenário, diferente das expectativas do mercado, levou a um aumento nos preços do barril. Até então, o consenso era de que a produção seria incrementada em 500 mil barris ao dia, aponta o Commerzbank, além da retirada dos cortes voluntários da Arábia Saudita, o que aumentaria a oferta em 1,5 milhão de barris ao dia no total.

Os preços subiram um pouco mais depois que foi divulgado que os estoques de petróleo nos EUA aumentaram 21,563 milhões de barris na semana passada, segundo o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda de 700 mil barris. No entanto, “os dados de inventário do DOE desta quarta provavelmente não dão um quadro confiável, dadas as enormes interrupções de produção nos campos de petróleo e refinarias no Texas, causadas pelo tempo gelado há duas semanas”, avalia o Commerzbank. Na terça, o American Petroleum Institute (API) estimou que o volume de petróleo bruto estocado nos EUA deu um salto de 7,4 milhões de barris na última semana.

Em relatório, a Capital Economics aponta que o preço do petróleo deve continuar a subir durante o ano, com o fim dos lockdowns e a retomada da demanda. Os preços aumentaram em fevereiro com a oferta dos EUA e da Arábia Saudita contraída, mas mesmo com o aumento da produção nos próximos meses, a consultoria acredita que o mercado seguirá com um déficit de oferta.