Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, 14, com mais sinais de um aperto no mercado global da commodity, apesar de dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que sinalizaram para uma produção robusta do óleo. Tensões geopolíticas também foram monitoradas e apoiaram os contratos.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do petróleo tipo Brent para entrega em julho avançou 1,44%, para US$ 78,23. Já na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para junho encerrou a sessão em alta de 0,37%, para US$ 70,96 por barril.

Em relatório mensal sobre o mercado de petróleo, a Opep informou nesta segunda-feira que os estoques da commodity em países desenvolvidos estão apenas 9 milhões de barris acima da média cinco anos – um sinal de que o excesso que pesou nos mercados por anos está quase acabando. A Opep também impulsionou a previsão para a demanda neste ano, enquanto reduziu as perspectivas para a produção mundial do óleo. “O barril geopolítico ao redor do Oriente Médio parece estar encorajando os compradores, enquanto a demanda global permanece forte o suficiente para manter os vendedores à distância por enquanto”, disseram analistas da TAC Energy.

A Opep também afirmou que a produção total de óleo cru subiu 12 mil barris por dia em abril em relação ao mês anterior, para uma média de 31,9 milhões de barris por dia. O aumento foi resultado, principalmente, das produções crescentes na Arábia Saudita e da Argélia, de acordo com o relatório. Na avaliação do banco ING, os dados contribuíram para uma imagem saudável da produção mundial de petróleo, após a Baker Hughes informar que houve aumento de 10 poços e plataformas em operação nos EUA na semana passada, para 844 unidades.

Enquanto os números crescentes da produção são nuvens de baixa, “continuamos a ver o impulso geral sendo gerado, que continua a apontar mais alto”, disse o analista Tony Headrick, da CHS Hedging. Ele lembrou que o queda nos volumes estocados de destilados estão ajudando a elevar os preços.

Além disso, as tensões geopolíticas continuam no radar. Os Estados Unidos inauguraram nesta segunda-feira a embaixada americana em Jerusalém, enquanto diversos manifestantes contrários à decisão do presidente americano, Donald Trump, foram mortos. Já “a questão das sanções americanas contra o Irã provavelmente impedirá uma queda mais pronunciada dos preços”, disseram analistas do Commerzbank em nota.

Enquanto o Irã deu a países europeus uma janela de dois meses para garantir que o acordo nuclear permanecerá intacto, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, disse no domingo que os EUA estão preparados para impor sanções a empresas europeias caso os governos não atendam à demanda de Trump para parar as negociações com Teerã. “A questão agora é se essa forte recuperação pode ser sustentada e mantida”, disse o diretor de estratégia de commodities do Saxo Bank, Ole Hanson. Fonte: Dow Jones Newswires.