O contrato futuro de petróleo negociado em Londres fechou com ganho de mais de 1%, enquanto o de Nova York também subia, no pregão eletrônico. A commodity foi apoiada pela notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não conseguiu novamente nesta segunda, 5, chegar a um acordo sobre a retomada gradual de sua produção. Com isso, o contrato mais líquido do Brent superou a marca de US$ 77 pela primeira vez desde outubro de 2018.

O petróleo Brent para setembro fechou em alta de 1,30% (US$ 0,99), em US$ 77,16 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Às 15h20 (de Brasília), o contrato do WTI para agosto era negociado com avanço de 1,60%, em US$ 76,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex).

A sessão foi atípica, com feriado e mercados fechados nos Estados Unidos, por isso o contrato na Nymex ficou restrito ao pregão eletrônico, sem fechamento. De qualquer modo, o dia foi novamente de foco na Opep+ e suas dificuldades de consenso. No fim, o grupo nem anunciou data para uma próxima reunião sobre o tema.

A Opep+ pelo terceiro dia não conseguiu um acordo. A Wood Mackenzie comenta em nota que o ponto em aberto envolve os níveis de produção dos Emirados Árabes Unidos, em quadro de normalização gradual das economias pelo mundo. Para a consultoria, a questão deve ser resolvida antes do fim do acordo atualmente em vigor, previsto para abril de 2022. Segundo ela, porém, as discussões podem se mostrar “difíceis e prolongadas”.

Outra consultoria, a Rystad Energy, diz que a falta de um acordo pode ser uma oportunidade para realização de lucros nesse mercado, após ganhos recentes. O cenário sem acordo tende a apoiar os preços, mas a oportunidade para embolsar ganhos poderá ser aproveitada, acredita ela.

Já a Capital Economics afirma que o impasse poderia até levar ao fim do acordo atual. A consultoria lembra que, segundo declaração já firmada pelos envolvidos, o fracasso em um acordo sobre novas cotas se traduziria na repetição das cotas de julho. “Mesmo sem um acordo novo, contudo, nós esperaríamos que a produção do grupo aumente para além da cota em agosto, com os membros tentando tirar vantagem dos preços relativamente altos que prevalecem”, afirma. Com essa chance de o acordo ruir, a Capital Economics diz existir para o petróleo “um claro risco de baixa para nossas projeções para o preço no curto prazo”.