Os contratos futuros de petróleo estenderam nesta segunda-feira, 17, os acentuados ganhos registrados na semana passada. Para analistas, o mercado reagiu bem aos estímulos econômicos anunciados pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) para mitigar os efeitos do coronavírus.

Nem os dados fracos referentes à atividade econômica do Japão, terceiro maior importador da commodity, interromperam o viés ascendente, em um dia de liquidez reduzida devido ao ferido do Dia do Presidente, nos Estados Unidos.

No pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril, contrato mais líquido, operava em alta de 0,52%, a US$ 52,59, o barril, no meio da tarde. Já o Brent para o mesmo mês fechou com avanço de 0,61%, a US$ 57,67 na Intercontinental Exchange (ICE), aumento de 5,23% na semana.

Durante a madrugada, o BC chinês anunciou a injeção de 300 bilhões de yuans (cerca de US$ 43 bilhões) no setor bancário, além da redução do juro da linha de crédito de médio prazo, de 3,25% para 3,15%. As medidas, que visam fazer frente ao surto de coronavírus, animaram investidores, na avaliação do BBVA.

O ING acredita que o movimento recente no mercado pode fazer com que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não se sinta obrigada a tomar ações para lidar com o impacto da epidemia na demanda chinesa. “O grupo já falhou em antecipar uma reunião que estava programada para o início de março. Se o mercado se consolidar nos níveis atuais, a Opep+ pode enxergar pouca urgência para uma decisão.”

Também nesta segunda-feira, o governo japonês divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve queda de 1,6% no quarto trimestre de 2020, um recuo anualizado de 6%. No entanto, como destaca o Commerzbank, o petróleo se mostrou imune ao resultado negativo do Japão, terceiro maior importador mundial da commodity.

“As importações japonesas têm registrado queda há anos”, explica o banco, em relatório enviado a clientes.