Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira em Londres e Nova York, após superar a barreira dos 90 dólares na sessão, pondo fim a quatro dias consecutivos em alta.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do “light sweet crude” negociado nos EUA) para entrega em janeiro terminou em 88,69 dólares, uma queda de 69 centavos em relação a segunda-feira.

“O mercado se cansou”, constatou Rich Ilczyszyn, da Lind-Waldock. Após quatro sessões em alta, o barril de WTI passou a barreira dos 90 dólares durante as operações eletrônicas pela primeira vez desde outubro de 2008, alcançando 90,76 dólares.

Em Londres, o barril de Brent do mar do Norte com o mesmo vencimento baixou 6 centavos, a 91,39 dólares, após alcançar 92,86 dólares na sessão, seu pico em mais de dois anos.

“A combinação da colocação em ordem dos assuntos na Irlanda, que atenua os temores sobre a situação na Europa, e o prolongamento das reduções fiscais nos Estados Unidos, que sustenta as previsões de demanda no petróleo, oferece um panorama perfeito para que os preços continuem seu avanço”, indicou Phil Flynn, da PFG Best Research.

Efetivamente, os investidores seguiam a situação na Irlanda, onde o Parlamento deve aprovar o orçamento mais severo da história do país. Por outro lado, respondiam positivamente ao compromisso aceito pelo presidente Barack Obama para a prolongação das reduções fiscais em troca do desbloqueio dos benefícios por desemprego, assim como Wall Street, que se orientava à alta.

Entretanto, a realização dos lucros prevaleceu no mercado do petróleo, assim como no do ouro e da prata, porque o entusiasmo se manteve limitado nos mercados, destacou Rich Ilczyszyn.

“A última correção foi em torno dos 80 dólares, consequentemente tivemos um avanço de cerca de 10 dólares. Quando o mercado se situa no topo de uma faixa de preços, as pessoas ficam nervosas”, disse o analista.

Tradicionalmente, o mês de dezembro é alcista para os preços, lembrou Phil Flynn.

Uma onda de frio na Europa e em certas regiões dos Estados Unidos sustenta a demanda de petróleo, assim como os sólidos dados da atividade manufatureira publicados na semana passada em vários países, entre eles China e Estados Unidos, principais consumidores de petróleo.

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