Os preços do petróleo caem às mínimas em um ano nesta sexta-feira, em meio a contínuos temores de que o mercado possa estar sofrendo com um excesso de oferta, e que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) tenha apenas poucas opções para investir contra a esperada expansão no suprimento vindo dos Estados Unidos.

Às 10h04 (de Brasília), o barril do WTI para janeiro de 2019 tinha baixa de 4,21%, a US$ 52,33, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent par igual mês caía 2,51%, a US$ 61,03 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

“Mais uma vez, a Opep está presa entre uma rocha e um lugar duro, com seus esforços para tomar as rédeas do suprimento global se tornando um tiro que sai pela culatra”, comentam analistas da JBC Energy.

Se a Opep mantiver o atual nível de oferta, o excesso de petróleo pesaria sobre preços e tiraria cerca de 500 mil barris por dia da produção americana no ano que vem, dizem os analistas.

No entanto, se o cartel cortar sua produção em 2019 em cerca de 1,3 milhão de barris por dia e mantiver a oferta nesse mesmo nível em 2020, a produção dos EUA pode subir em cerca de 1 milhão de barris por dia em 2019 e 2020.

Investidores também estão céticos de que possa haver muito apoio ao mercado pela Opep e seus aliados externos, que terão reunião em 6 de dezembro para discutir potenciais cortes de produção.

“É improvável que a reunião iminente da Opep em Viena ofereça apoio em massa desta vez por causa da situação perturbadora dentro e no entorno da Arábia Saudita”, opina Eugen Weinberg, chefe de pesquisa de commodities do Commerzbank.

Especialistas veem os desdobramentos do assassinato do jornalista saudita dissidente Jamal Khashoggi como um fator complicador que comprometeu a capacidade do reino de influenciar demais produtores de petróleo.

Hoje, ainda como fruto do feriado do Dia de Ação de Graças celebrado ontem nos EUA, os mercados de energia no país fecharão mais cedo, às 15h45. (Dow Jones Newswires)