Os preços do petróleo, que tentaram se recuperar no início do dia, voltaram a cair com força nesta quinta-feira pressionados ainda pelo aumento nos estoques da matéria-prima nos EUA. Além disso, a valorização do dólar e a expectativa com aumento de juros nos EUA contribuem para as perdas.

Às 8h (de Brasília), o Brent para maio caía 2,82% na ICE, a US$ 51,61 por barril, enquanto o WTI para abril recuava 2,74% na Nymex, a US$ 48,90 por barril, operando abaixo de US$ 50 por barril pela 1ª vez desde dezembro.

Mais cedo, a alta se firmava em meio a relatos de que a conformidade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com os cortes na produção superou as metas, ficando em 140% em fevereiro, enquanto os países não membros da Opep cumprem entre 50% e 60%, de acordo com o ministro de petróleo do Kuwait. No entanto, após essa euforia, os preços voltaram a cair pressionados pelo forte aumento nos estoques da commodity nos EUA, uma vez que os investidores pararam de apostar que os preços vão subir, de acordo com o diretor de estratégia de commodities do Saxo Bank.

Na quarta-feira, tanto o WTI quanto o Brent fecharam nas mínimas de 2017, após dados do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos mostrarem que os estoques de petróleo no país atingiram um recorde na semana passada.

O relatório semanal de estoques do DoE mostrou que, na semana passada, houve aumento de 8,2 milhões de barris na semana encerrada em 3 de março, superando a previsão de alta de 1,7 milhão de barris de analistas consultados pelo Wall Street Journal. Nem mesmo uma queda nos estoques de gasolina e de destilados fizeram com que os preços avançassem.

O movimento de queda acentuada ocorre ainda por causa de um dólar mais forte e a expectativa cada vez mais certa de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) irá elevar os juros na reunião da próxima semana.