Os contratos futuros de petróleo fecharam a sessão desta sexta-feira, 21, em queda, em meio a relatos de divergências entre Arábia Saudita e Rússia quanto à ampliação dos cortes na produção devido ao avanço de coronavírus. Na comparação semanal, no entanto, as cotações avançaram, com investidores de olho em medidas da China para aliviar as pressões econômicas do surto.

O petróleo WTI para abril encerrou em baixa de 0,93% na New York Mercantile Exchange (Nymex), em US$ 53,38 o barril, mas subiu mais de 2% na semana. Já o Brent para o mesmo mês cedeu 1,37%, a US$ 58,50 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), com ganho semanal de 2,06%.

Uma reportagem do Wall Street Journal ajudou a aprofundar as perdas na sessão desta sexta. Segundo a matéria, a Arábia Saudita estuda romper uma aliança de quatro anos com a Rússia por conta de discordâncias acerca dos cortes na produção de petróleo devido à diminuição da demanda global pelo coronavírus. Horas depois, contudo, o ministro de energia saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, chamou a reportagem de “absurda e sem sentido”.

Para a Capital Economics, o mercado deve manter o preço da commodity abaixo dos US$ 60 como forma de sinalizar à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) e aliados (Opep+), que inclui sauditas e russos, de que a redução na produção será necessária para evitar um excesso de ofertas.

O avanço mundial do coronavírus também foi responsável por interromper a sequência de alta, conforme destaca o Commerzbank. As indicações do governo chinês de que medidas de estímulos seriam implementadas para fazer frente aos impactos da doença impulsionaram os valores do petróleo, o que explica o avanço semanal.

Na quinta, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou redução da taxa de empréstimos de um ano de 4,15% em janeiro para 4,05 em fevereiro.

No entanto, de acordo com análise do banco alemão, o alívio se mostrou temporário. Nesta sexta, a Organização Mundial da Saúde demonstrou preocupação em relação à disseminação mundial do vírus, sobretudo na Coreia do Sul e no Irã.

“Temores sobre o avanço do coronavírus fora da China estão aumentando, o que pressiona os preços de petróleo”, diz a instituição.