O Greenpeace alertou nesta quinta-feira que um petroleiro abandonado há anos na costa do Iêmen, país em conflito, pode explodir “a qualquer momento”, solicitando uma ação rápida da ONU para evitar um desastre ambiental catastrófico.

O aviso da organização não-governamental (ONG) ecologista surge no mesmo dia em que o Conselho de Segurança da ONU irá discutir o assunto.

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A reunião do órgão máximo da ONU surge em um momento em que as negociações entre os rebeldes Huthis, que controlam o porto de Hodeida, onde o navio petroleiro está abandonado, e as Nações Unidas, que desejam inspecionar a embarcação, “estão num impasse”, segundo os insurgentes.

O Iêmen se tornou palco de uma guerra no final de 2014 entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irã, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que em março de 2015 seria apoiado por uma coligação militar internacional árabe, liderada pela Arábia Saudita.

Com cerca de 45 anos e com 1,1 milhão de barris de petróleo a bordo, o navio FSO Safer está parado desde 2015 no mar Vermelho, a cerca de 60 quilômetros das primeiras zonas habitadas do Iêmen, cuja população enfrenta uma grave situação humanitária.

“O FSO Safer está se deteriorando e pode explodir a qualquer momento”, declarou Ahmed el-Droubi, um dos responsáveis da Greenpeace para a região, num comunicado, citado pelas agências internacionais.

A realização de uma inspeção ao navio é um processo que se arrasta há vários anos, entre os pedidos de acesso da ONU e a recusa dos rebeldes Huthis, que controlam a capital iemenita, Sana, e uma grande parte do norte do país.

Um eventual derramamento de petróleo pode afetar vários países nas imediações, como Djibouti, Eritreia e Arábia Saudita, bem como o tráfego marítimo comercial no mar Vermelho.

Uma possível maré negra poderá igualmente destruir os ecossistemas do mar Vermelho, determinar o encerramento do porto de Hodeida durante um período de pelo menos seis meses e expor mais de 8,4 milhões de pessoas a níveis elevados de substâncias poluentes, de acordo com estudos independentes.