O gerente executivo de Marketing e Comercialização da Petrobras, Guilherme França, defendeu que o governo opte pela adoção de subsídio direcionado a grupos de consumidores em vez de adotar a ampla subvenção, como faz atualmente com o óleo diesel.

Em evento promovido pela FGV, no Rio, para tratar dos preços dos combustíveis, o executivo destacou que o subsídio direcionado é a alternativa eleita pelos países que compõem a OCDE, porque evita a distorção do mercado.

Em sua palestra, ele afirmou ainda que a Petrobras reduziu suas margens a partir de dezembro para garantir a recuperação da participação do mercado de combustíveis que estava sendo tomada por importadores. A reação surgiu a partir de abril, quando a concorrência caiu. No mês passado, a estatal sozinha já respondia por cerca de 90% da demanda de diesel, incluindo produção própria e refino.

Também presente ao evento, o vice-presidente executivo de Logística, Distribuição e Trading da Raízen, uma joint venture da Cosan com a Shell, Ricardo Musa, afirmou que a Petrobras responde por 50% das importações do produto atualmente e que essa fatia chegará a 80% em poucos meses. Isso porque a fórmula de subvenção do diesel restringe o lucro do negócio e a concorrência. Musa acredita que muitos agentes serão forçados a abandonar a competição.

“Não existe um preço de paridade internacional único, a ser perseguido por todas as empresas. Cada uma tem o seu PPI. Na Petrobras, as margens ficaram mais apertadas a partir deste mês (quando passou a valer nova fórmula de subvenção)”, afirmou França, complementando que a estatal já começou a importar para compensar a queda da produção decorrente do incêndio na Replan.