A direção da Petrobrás quer atrelar o pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR) aos funcionários ao cumprimento de metas financeiras, como redução de custos, e nãos mais a métricas operacionais, como de produção de petróleo. A mudança foi proposta à Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante dos empregados. Se aprovada, valerá para a demonstração contábil de 2019 e distribuição do lucro em 2020.

Para este ano, é esperado o pagamento relativo ao exercício de 2017, ainda que a empresa registre prejuízo. De janeiro a setembro, 103% das metas operacionais foram cumpridas. Os dados do quarto trimestre vão ser divulgados no mês que vem, mas a estatal já comunicou que ao menos os índices de produção de petróleo e gás foram atingidos.

Com as mudanças, a Petrobrás pretende adequar a distribuição do lucro a seu plano de negócios para o período de 2017 a 2021, focado em duas metas: uma de segurança e outra financeira. Procurada, a empresa não se pronunciou, mas sindicalistas que participam da discussão afirmaram que a estatal alega que, por lei, não é possível adotar métricas de segurança para definir o PLR. Assim, restam as financeiras.

A empresa quer impor seis indicadores de desempenho: de margem Ebitda (geração de caixa), fluxo de caixa livre, gastos operacionais gerenciáveis, custo de extração no Brasil e exterior, custo operacional do refino e volume de petróleo e derivados vazados, este, o único operacional. Assim, a produção de volumes mínimos de petróleo deixaria de ser considerada e o que passaria a contar seria a extração ao menor valor.

A FUP já manifestou que não concorda com as alterações, porque considera que os empregados não têm ingerência sobre as finanças da empresa, e disse à equipe de recursos humanos com a qual negocia o PLR que não chegará a um acordo. Por enquanto, valem as regras definidas em 2013, na gestão da ex-presidente Graça Foster.

Após reunião na sede da Petrobrás, no Rio, na segunda-feira, o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, publicou vídeo em que informa a posição do sindicato. “Não aceitamos as proposições da companhia. Queremos discutir a empresa como um todo. E propusemos aos gestores de RH um calendário para a gente discutir.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.