SÃO PAULO (Reuters) -A Petrobras anunciou na sexta-feira que seus preços de venda de gás natural para as distribuidoras iriam aumentar em média 19% a partir deste domingo, 1º de maio, em relação ao valores praticados entre fevereiro e abril.

A alta anunciada veio próxima à estimativa da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), que projetava um aumento médio de 17%, conforme reportou a Reuters esta semana.

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Segundo a Petrobras, o ajuste segue a atualização de fórmulas acordadas em contrato com as distribuidoras, com base na variação dos preços do gás, do petróleo Brent e da taxa de câmbio.

A atualização trimestral dos preços do gás e anual para o transporte atenua volatilidades momentâneas e assegura previsibilidade e transparência, disse a estatal, em nota.

A empresa acrescentou ainda que o preço final do gás natural ao consumidor também é influenciado pelas margens das distribuidoras e pelos tributos federais e estaduais.

No caso da indústria consumidora de gás, a Abrace havia calculado um impacto de 9%, em média, do reajuste a partir de maio.

A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) disse em nota que o reajuste será repassado para o consumidor sem que as distribuidoras tenham qualquer ganho decorrente desse aumento.

“Os aumentos no preço da molécula de gás natural não trazem benefícios para as distribuidoras”, disse, acrescentando que o reajuste não se aplica aos contratos que as distribuidoras mantenham com outros ofertantes.

“A falta de regras regulatórias que acelerem a entrada novos ofertantes e de estímulo à expansão da infraestrutura essencial para levar o gás do pré-sal ao mercado consumidor ainda impactam a competitividade do gás natural no País”, pontuou.

A entidade também defendeu medidas que incentivem o desenvolvimento da infraestrutura do setor e proporcionem mais competitividade.

(Por Letícia Fucuchima e Nayara Figueiredo; edição de Roberto Samora)

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