A Petrobras vai acelerar sua gestão de portfólio e a assinatura do acordo de coparticipação com as chinesas CNOOC e CNODC no campo de Búzios para fazer frente aos gastos decorrentes dos leilões do pré-sal sem pressionar sua dívida, disse a diretora executiva de Finanças e Relacionamento com Investidores da estatal, Andrea Almeida, em teleconferência em inglês com analistas na manhã desta sexta-feira, 8.

“Estamos muito felizes com os resultados (das rodadas). Fizemos o dever de casa. A Petrobras deixou sua marca nos campos dos quais era dona natural”, disse, destacando a consistência com a estratégia de focar esforços em ativos de alto retorno. A companhia fez lances por três blocos de um total de nove ofertados nos dois leilões da semana.

A executiva voltou a garantir que a despeito das aquisições os leilões do pré-sal, a Petrobras vai fechar 2019 com o mesmo nível atual de dívida ou até mais baixo. Ela reafirmou que companhia vai usar recursos disponíveis em seu caixa e nova geração de caixa para arcar com gastos decorrentes das rodadas.

Andrea explicou que a ideia é fazer uma combinação de uma execução mais rápida gestão de portfólio, com desinvestimentos, a definição da compensação a ser paga pelos chineses e a assinatura do acordo de coparticipação com esses sócios o mais rápido possível. Ela destacou que, depois disso, a CNOOC e a CNODC poderão aumentar sua participação – hoje de 5% cada – no campo de Búzios, o que é outra ferramenta para a Petrobras fazer caixa.

Questionada por um analista sobre a política de dividendos da Petrobras, ela indicou que a probabilidade maior é que a empresa alcance a política máxima de distribuição de dividendos após 2020, sem precisar quando. A Petrobras reformulou sua política de remuneração. A política mínima brasileira de distribuição é de 25% do lucro líquido. Segundo a nova política, se a dívida bruta da Petrobras estiver abaixo de US$ 60 bilhões, a companhia poderá distribuir 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos.