A expansão dos domínios da família Rothschild para além da França sempre rendeu vinhos magníficos. O Almaviva, feito a quatro mãos no Chile com a vinícola Concha Y Toro, tem merecido 100 pontos de James Suckling desde a safra 2015. Em outra parceria de sucesso, com o produtor californiano Robert Mondavi, o Opus One se tornou um dos mais prestigiados rótulos dos Estados Unidos. A escolha dos melhores parceiros locais é um dos segredos desse sucesso. Por isso, quando decidiu fincar sua bandeira na Argentina, o barão Eric de Rotshchild não teve dúvidas de quem escolher para ser seu sócio: Nicolás Catena Zapata, o mais prestigiado dos produtores de Mendoza. Assim nasceu a empresa batizada com a primeira sílaba dos famosos sobrenomes: Bodegas Caro (Catena & Rothschild).

O primeiro vinho recebeu o nome da vinícola e uniu as uvas cabernet sauvignon e malbec em um estilo bem francês. Tanto que uma parte das barricas de carvalho utilizadas foram produzidas no Château Lafite, que emprestou ao Caro muito de sua sofisticação. Com 97 pontos de Tim Atkin, a safra 2016 conquistou a crítica Jancis Robinson, para quem o toque de Lafite “o eleva e distingue de outros malbecs de Mendoza”. Vendido na faixa de R$ 720 pela importadora Mistral, o Caro não é exatamente um vinho barato. Por isso, para saciar os consumidores que buscam qualidade sem poder gastar tanto, a Mistral está trazendo para o Brasil o segundo vinho da bodega, o Petit Caro (R$ 173).

Ele é produzido com as uvas malbec (65%), cabernet sauvignon (32%) e cabernet franc (apenas 3%) a partir de vinhedos em duas áreas de Mendoza: Luján de Cuyo e Altamira, esta, a 1 mil metros acima do nível do mar. O resultado é um vinho rico, de coloração rubi profunda e aromas que se revelam em camadas: flores brancas, cerejas e figos. Com 12 meses em barricas francesas, é encorpado e suculento na medida certa para uma harmonização com carnes vermelhas e cordeiro, já que remete a especiarias como cravo. Uma excelente porta de entrada para o universo de Catena e Rothschild.