Com a inflação generalizada em todo o mundo, as pessoas terão que se acostumar com os preços mais altos dos alimentos. Foi o que disse o diretor executivo da Kraft Heinz, Miguel Patricio, à BBC News.

A Kraft Heinz reajusta seus preços em mais da metade de seus produtos em diversos países devido ao aumento no preço de cereais e óleos. Além disso, com a recuperação econômica de alguns países, a oferta não tem conseguido suprir a demanda, segundo Patricio.

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) teve alta de 1,2% em setembro em relação a agosto. A FAO aponta que é o nível mais alto em uma década e foi impulsionado pelos preços de cereias, óleos vegetais, açúcar e derivados do leite.

Patrício argumenta que contextos locais também impulsionam o aumento de preços, já que o Reino Unido sofre com a falta de caminhoneiros devido à saída da União Europeia (Brexit) e os Estados Unidos enfrentam um desafio com custos logísticos e escassez de mão de obra.

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os alimentos tiveram alta de 12,54% nos últimos 12 meses até setembro, acima da inflação geral de 10,25%. Pesam sobretudo o custo da energia, o aumento no preço do óleo de soja e das carnes.