Uma importante ferramenta no combate ao coronavírus no Brasil acaba de ser lançada. Pesquisadores brasileiros desenvolveram um dispositivo de crowdsourcing e vigilância participativa que vai permitir que cientistas e órgãos de saúde prevejam a tendência de avanço da pandemia no País. A plataforma pode ser acessada gratuitamente no site do Movimento Brasil sem Corona (brasilsemcorona.com.br). Na página, há um mapa nacional (à dir.), produzido a partir de relatos de sintomas de pessoas de todo o País, com informações como casos suspeitos, casos graves e confirmados, entre outras. Os dados reportados são analisados e organizados pelo algoritmo desenvolvido pela Epitrack, startup de inteligência de dados para o monitoramento e controle de doenças e que já atuou em grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, ambos no Brasil. Todos os dados são atualizados em tempo real. Entre as prefeituras que já estão utilizando o programa para entender e combater a disseminação de Covid-19, estão as de Caruaru (PE), Maceió (AL), Santo André (SP) e Teresina (PI). O Movimento Brasil sem Corona é liderado pelas startups Colab e Epitrack e conta com o apoio de empresas, instituições e governos de todo o País.

Entre o AI-5 e o afastamento

Gabriela Bilo

O presidente Jair Bolsonaro continua sua saga de atitudes deploráveis. No domingo 19, em Brasília, ele cometeu a insensatez – para dizer o mínimo – de marcar presença num protesto que pedia a volta do AI-5 e o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). E fez questão de falar aos manifestantes. Com uma tosse seca e constante cortando suas palavras, o Bolsonavírus disse, aos berros: “Vocês têm a obrigação de lutar pelo País. Contem com o seu presidente para fazer tudo aquilo que for necessário”. Foi o suficiente para políticos e autoridades responsáveis se preocuparem. Nem as Forças Armadas apoiaram tamanha asneira. Em entrevista ao UOL, o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência, foi claro: “O Exército não é partidário e não marcha com o governo.” No dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, atendeu a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e mandou abrir inquérito para apurar os fatos “supostamente delituosos”. Como Bolsonaro não foi incluído no inquérito, líderes da oposição decidiram ingressar com uma notícia-crime contra o presidente. Se o STF aceitar a denúncia, será enviado à Câmara um pedido de autorização para que Bolsonaro seja processado. No caso de aprovação, o presidente pode ser afastado por 180 dias.

FGV: turismo irá perder 38,9% no Brasil em 2020

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Responsável por quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o turismo já é um dos setores mais afetados pela crise do coronavírus. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) comprova. Segundo a pesquisa, o segmento deverá perder cerca de R$ 105 bilhões este ano, em relação ao faturamento de 2019. No ano passado, o PIB do turismo no Brasil alcançou R$ 271 bilhões. Este ano, esse número deve cair para R$ 166 bilhões, indicando um tombo de quase 40%. Os dados são do estudo “Impacto Econômico da Covid-19 e Propostas para o Turismo Brasileiro”, elaborado pela FGV Projetos. A pesquisa mostra, ainda, que o setor deve levar tempo para se recuperar da crise. Para 2021, o faturamento deve ficar pouco abaixo de R$ 260 bilhões, o que indica retração de R$ 11 bilhões (cerca de 4%) em comparação a 2019.

Pão de Açúcar tem alta de 14% nas vendas no primeiro trimestre

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Na quarta-feira 22, o grupo Pão de Açúcar divulgou sua prévia operacional do primeiro trimestre deste ano. Os números mostraram que as vendas registraram alta de 14% em relação ao mesmo período de 2019 e animaram o mercado de ações. No mesmo dia, os papéis da companhia na Bolsa fecharam com forte valorização, de quase 9%, cotados a R$ 70,72. A empresa comemorou, ainda, crescimento de 15% na receita bruta, que chegou a
R$ 15,9 bilhões. O maior destaque foi da rede Assaí, cujas vendas subiram quase 24% em relação a 2019, alcançando R$ 8,5 bilhões. O segmento de multivarejo, que inclui as marcas Extra, Pão de Açúcar e Proximidade, registrou faturamento de R$ 7,3 bilhões (alta de 6,2%). Segundo o grupo, os bons resultados foram influenciados pela crise do coronavírus. Com a pandemia, a procura por produtos básicos teve alta média de 40%. No caso do arroz, do feijão e da carne seca, por exemplo, o aumento das vendas chegou a 100%.

EUA liberam mais US$ 480 bilhões para plano econômico contra a Covid-19

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Um mês depois de liberar um pacote de quase US$ 2 trilhões para socorrer empresas e cidadãos afetados pela crise econômica causada pelo coronavírus, os Estados Unidos acabam de anunciar um novo plano. Na terça-feira 21, o Senado americano aprovou, por unanimidade, mais um pacote, no valor de US$ 480 bilhões. A verba será destinada a ajudar pequenas e médias empresas (PMEs), hospitais e clínicas e para reforçar os testes de diagnóstico. O programa foi encabeçado pelo presidente Donald Trump e inclui US$ 60 bilhões que serão empregados a socorrer agricultores e pecuaristas. Há uma semana, Trump solicitou ao Congresso que aprovasse o plano o mais rápido possível, após o primeiro pacote – aquele de US$ 2 trilhões – ter seus recursos esgotados, tendo beneficiado cerca de 1,6 milhão de empresas.