(Reuters) – Pesquisadores alemães afirmaram nesta quarta-feira que, com base em pesquisas de laboratório, acreditam ter encontrado a causa dos raros mas graves episódios de coagulação do sangue entre algumas pessoas que tomaram vacinas contra Covid-19 feitas por AstraZeneca e Johnson & Johnson.

Os pesquisadores, em um estudo ainda não revisado por especialistas, disseram que as vacinas contra Covid-19 que empregam vetores de adenovírus –vírus da gripe usados ​​para entregar material vacinal– enviam parte de sua carga para o núcleo das células, onde algumas das instruções para fazer proteínas do coronavírus podem ser mal interpretadas. As proteínas resultantes podem potencialmente desencadear distúrbios de coágulo sanguíneo em um pequeno número de receptores, sugerem eles.

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Cientistas e reguladores de medicamentos dos Estados Unidos e da Europa têm buscado uma explicação para o que está causando os coágulos raros, mas potencialmente mortais, acompanhados por baixas contagens de plaquetas no sangue, que levaram alguns países a interromper ou limitar o uso das vacinas da AstraZeneca e da J&J. Outros cientistas sugeriram teorias para a condição de coagulação.

A Johnson & Johnson, em um comunicado enviado por e-mail, disse: “Estamos apoiando pesquisa e análise contínuas deste evento raro enquanto trabalhamos com especialistas médicos e autoridades de saúde globais. Esperamos revisar e compartilhar dados assim que estiverem disponíveis”. A AstraZeneca não quis comentar.

Pesquisadores da Universidade Goethe de Frankfurt e de outros locais explicaram em seu artigo que as vacinas usando uma tecnologia diferente conhecida como RNA mensageiro (mRNA) –como as desenvolvidas pela BioNTech com a parceira Pfizer Inc e a Moderna– entrega o material genético da proteína spike do coronavírus apenas para o fluido encontrado dentro das células, não para o núcleo das células.

“Todas as vacinas baseadas em mRNA devem representar produtos seguros”, diz o artigo.

O texto sugere que é possível aos fabricantes de vacinas usando vetores de adenovírus fazer modificações que aumentem a segurança desses produtos farmacêuticos.

(Reportagem de Deena Beasley)

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