A rede móvel 5G já uma realidade nos Estados Unidos e Ásia. No Brasil, a expectativa é de que ela chegue entre o próximo ano e 2020. Durante a Futurecom 2018, a Ericsson realizou uma pesquisa com 235 executivos do setor de telecomunicações sobre as expectativas e e entraves para a adoção da nova rede no País.

A Anatel já começou a se movimentar em relação a liberação de bandas e satélites para o 5G, porém o processo ainda levará tempo. Mesmo assim, o setor já começa a vislumbrar as possibilidades, e quase todos os pesquisados (92%) afirmaram que a rede pode oferecer soluções mais flexíveis, ágeis, eficientes e capazes de oferecer novos modelos de negócios para seus clientes.

Já 54,5% dos consultados afirmam que um dos principais impulsionadores do serviço será a expansão de serviço de internet das coisas (IoT). Nesse tópico, também foram citadas as demandas pelo aumento exponencial da capacidade da rede (35,7%) e por novas receitas a partir de serviços de banda larga sem fio (fixed wireless access) (33,6%).

Quase metade dos entrevistados (48,1%) afirmaram que o consumidor final será o mais beneficiado pela inovação, e que os setores de cidades inteligentes, indústria 4.0 e agronegócio terão impacto positivo com o 5G.

Apesar do otimismo, a pesquisa também relatou certa apreensão por parte dos executivos em relação a implantação da rede e seus entraves regulatórios e custos. 49,35% dos respondentes temem pelos altos custos das novas faixas de frequência enquanto 40,3% citaram a alta carga tributária que incide sobre o setor e 39,4% destacaram o atraso na liberação do uso das faixas. A falta de regulamentação específica para IoT (22,1%) e o impasse em torno da Lei de Antenas (20,8%) também figuram
entre as preocupações do setor.

A questão do custo é realmente um ponto relevante de atenção quando se fala de a avanços na tecnologia móvel: o Brasil tem atualmente o terceiro maior custo de espectro entre 40 países analisados, ficando atrás apenas do Peru e Panamá. O custo do espectro (apenas para as frequências) representa 5% da receita bruta das operadoras brasileiras.