SÃO PAULO (Reuters) – Investidores estão mais pessimistas em relação aos ativos brasileiros, citando fatores externos como os principais riscos de cauda para o mercado doméstico, mas também preocupados com o cenário fiscal do país e atentos à eleição presidencial, segundo pesquisa do BofA Securities divulgada nesta terça-feira.

Dois terços dos consultados esperam o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, entre 95 mil e 100 mil pontos no fim do ano, contra previsão entre 110 mil e 130 mil no mês passado.

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O setor financeiro é o segmento mais ‘overweight’, enquanto a alocação em commodities diminuiu. Apenas 16% afirmaram estar ‘overweight’ em matérias-primas (de 32% no mês passado) e apenas 26% em energia (de 52% na pesquisa anterior). Consumo discricionário continuava sendo o setor mais ‘underweight’.

Para a taxa de câmbio, o real é esperado entre 5,1 e 5,4 por dólar, de 4,8 a 5,1 por dólar anteriormente. Agora, 71% esperam um dólar mais forte em 2022, contra 35% na pesquisa de junho. No caso da taxa Selic, a maioria dos entrevistados espera que fique entre 13,5% e 13,75% ao ano.

No cenário externo, os principais riscos seriam o movimento dos juros nos Estados Unidos, a desaceleração da economia norte-americana e eventos na China que possam afetar os preços das commodities.

Do lado político brasileiro, a pesquisa mostrou que 40% dos investidores pesquisados se preocupam com os planos fiscais após as eleições, uma vez que os dois principais candidatos vêm falando sobre mudanças no teto de gastos, enquanto 45% já estão preocupados com a situação das contas públicas no curto prazo.

A maioria dos consultados na pesquisa espera que o mercado reaja às pesquisas eleitorais.

O levantamento considera a visão de 31 participantes, com aproximadamente 47 bilhões de dólares em ativos sob gestão.