Os mais de 12 milhões de desempregados no Brasil segundo o IBGE estão minando a confiança e o humor de quem está trabalhando. É o que revela uma pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento e seleção de executivos Elancers.

O levantamento mostra uma alta insatisfação com a carreira no Brasil, que é de 46% entre os homens e ainda maior entre as mulheres, chegando a 49%. Além disso, revela que apenas 9% dos pesquisados dizem estar satisfeitos com as amizades no trabalho, o que evidencia ambientes de trabalho competitivos, onde não há muito espaço para amigos.

“O que detectamos é que com a crise, o desemprego, quem ficou na empresa está trabalhando mais”, afirma Cezar Tegon, presidente da Elancers. “E muito insatisfeito com o clima e a sua perspectiva.” Segundo o executivo, essa insatisfação deve-se ao fato de que “quando se reduz o quadro de funcionários, um faz o trabalho de três”.

Realizado entre 02 de dezembro e 04 de janeiro de 2017, o levantamento entrevistou 2.290 pessoas no Brasil através do site de empregos Vagas Online. A amostragem foi desde analistas-assistentes, em diversas áreas com salário em torno de R$ 2 mil, até diretores com rendimento de R$ 30 mil.

O trabalho da Elancers revela ainda que a principal queixa não é a de remuneração salarial, mas sim de “reconhecimento profissional” e “satisfação pessoal com o trabalho”. Esses dois últimos itens, somados, correspondem a mais de 67% dos anseios dos entrevistados, contra 12,3% de reconhecimento por “salários ou benefícios”.

Perguntado quais as alternativas de reverter o quadro apontado na pesquisa, Tegon diz que as empresas precisam urgentemente investir em lideranças. “Um bom líder deve gastar mais da metade do seu tempo com gestão de pessoas”, afirma o presidente da Elancers. “Hoje, não dedicam nem um décimo dessa fração.”