O peso argentino voltou a cair com força nesta quinta-feira, 13, com o dólar próximo a 40 pesos, com o mercado testando o banco central da Argentina (BCRA) depois que o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que a solução para a crise no país seria “atrelar o peso ao dólar”. O movimento contrariou o viés de baixa do dólar observado ante praticamente todas as moedas emergentes e boa parte das principais.

A divisa americana se enfraqueceu com a inflação ao consumidor nos EUA avançando menos que o esperado em agosto, o que pode sugerir um Federal Reserve mais cauteloso na elevação de juros.

Perto do fechamento em Nova York, o dólar avançava a 39,7437 pesos argentinos e a 112,00 ienes, mas o euro subia a US$ 1,1693 e a libra saltava a US$ 1,3107.

Em entrevista à rede de TV americana Fox News na noite de quarta-feira, Kudlow assegurou que o Departamento do Tesouro americano está “profundamente envolvido” na questão argentina, em alusão às conversas realizadas pelo governo argentino com o Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com ele, “a única saída para o dilema da Argentina é estabelecer um conselho monetário e vincular o peso ao dólar”. Ele acrescentou, ainda, que, dessa forma, “não há criação de dinheiro a menos que você tenha uma reserva em dólares”.

A alta do dólar na Argentina, que vinha sendo contida, ganhou novo impulso com as palavras de Kudlow e, na imprensa argentina, analistas comentavam que a pressão sobre o peso ocorria em meio ao silêncio do banco central do país, que não se pronunciou nem interveio no mercado de câmbio, mesmo com alguns bancos negociando o dólar a 40 pesos. No final da tarde, o dólar subia a 39,7437 pesos, alta de 3,62%.

A performance do dólar ante o peso argentino contrariou a queda generalizada em relação a outras moeda ao redor do mundo, diante da inflação ao consumidor nos EUA abaixo do esperado. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 2,7% na comparação anual de agosto, apontou o Departamento do Comércio, desacelerando em relação aos 2,9% em julho, e abaixo da mediana das 36 estimativas compiladas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, de avanço de 2,8%.