O Peru, país com maior taxa de mortalidade por Covid-19, busca conter a terceira onda da pandemia com vacinação e testes, enquanto tenta evitar infecções em massa.

Sob o calor do verão de Lima, centenas de pessoas com sintomas formavam longas filas desde a madrugada para se testar e se vacinar. “Minha esposa amanheceu com dor de garganta e um pouco de febre, então a trouxe para fazermos o teste”, contou à AFP Alí Ayala, 59, em frente a um posto de saúde da capital.

O Ministério da Saúde peruano confirmou ontem que o país vive uma nova onda da pandemia, devido à expansão da variante Ômicron em Lima, Callao e diferentes regiões do país.

“Tive febre e dor de cabeça nos últimos dias e me automediquei. Por causa do pânico, as pessoas não sabem o que fazer, nem a quem recorrer. Os hospitais sequer te aceitam”, lamentou a estudante Isabel Román, 21.

O governo anunciou que irá reforçar o primeiro nível de atendimento hospitalar para atender à terceira onda da pandemia no país. Em dezembro, as infecções no Peru dobraram para 1.500 novos casos diários, e ontem esse número subiu para 5.100, 309 relacionados à Ômicron.

Segundo dados oficiais, “mais de 90% das mortes” ocorridas entre julho e dezembro de 2021 foram de pessoas não vacinadas, assinalou o ministro da Saúde, Hernando Cevallos. Ele destacou o reforço da campanha de vacinação, que atinge 80% da população-alvo, e indicou que no fim do mês terá início a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.

O governo prorrogou até 31 de janeiro o estado de emergência em vigor há 21 meses devido à pandemia. O país, de 33 milhões de habitantes, registra a maior taxa de mortalidade do mundo, com 6.122 óbitos por milhão de habitantes, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais.

O Peru soma mais de 2 milhões de casos de Covid-19 e mais de 202.000 mortos desde o começo da pandemia.