O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, citou nesta quarta-feira, 18, a perspectiva de que as obras da usina nuclear de Agra 3, no Rio de Janeiro, possam ser concluídas em cerca de quatro anos. Durante evento promovido pela ADVB, em São Paulo, o executivo lembrou que o projeto já possui 63% das obras realizadas.

O projeto já consumiu R$ 7 bilhões dos cofres públicos e, segundo estimativas, seriam necessários mais R$ 17 bilhões para ser concluído. A desistência do empreendimento, por outro lado, custaria R$ 12 bilhões, por causa do desmonte de estrutura, a destinação de máquinas e uma série de dívidas ligadas aos contratos firmados pela Eletronuclear.

Angra 3 começou a ser construída pelos militares em 1984. As obras prosseguiram até 1986, quando foram paralisadas por causa de dificuldades políticas e econômicas, além da ocorrência do maior desastre nuclear do mundo, a explosão do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia. O projeto brasileiro ficou na gaveta por 25 anos, até ser retomado em 2009, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometia colocar a usina para funcionar em maio de 2014.

Agora, com os R$ 17 bilhões estimados para sua conclusão, se chegaria a um gasto total de R$ 24 bilhões para colocar em operação uma usina com capacidade de 1.405 megawatts (MW), o que torna a viabilidade financeira do projeto questionável. A Eletronuclear não se manifestou sobre o assunto.